Passistas plus size fazem sucesso no carnaval de São Paulo e Florianópolis

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Hewelyn, Jacqueline, Dalva. Todas tinham muita vontade de ser passistas no carnaval de São Paulo. Mas pensavam que só as magras ocupavam esse lugar na Avenida.


“Apesar de eu ser gorda, eu gostaria de ser uma pessoa em destaque”, contou a funcionária pública Dalva Silva.


Mas elas descobriram que a acadêmicos do Tucuruvi, escola da Zona Norte de São Paulo, tinha uma ala para passistas plus size - tamanho grande - e entenderam que o carnaval pode ter vários manequins.


“Existia um padrão de beleza onde magro era bonito e gordo não era valorizado, era feio, era excluído. E hoje a gente tem esse espaço e a gente está em busca de mais espaço, e a quebra dos padrões de beleza. Todas somos lindas”, disse a professora de inglês Hewelyn Medeiros.


Em 2019 vai ser o segundo ano das passistas plus size no carnaval.


“Eu consigo encarar numa boa e tenho muito orgulho de dizer: ‘Sim, sou passista e sou gorda. Por mais que isso te cause estranhamento, prazer, estou aqui’”, garantiu a supervisora de vendas Jacqueline Binoeza.


Outra escola, outras mulheres e os mesmos sonhos virando realidade. Desde agosto de 2018 as meninas ensaiam na quadra da Império de Casa Verde. Este vai ser o primeiro ano da escola com uma ala toda plus size na Avenida. E elas fizeram tanto sucesso, mas tanto sucesso, que tem até passista na fila de espera para desfilar com elas no carnaval de 2020.


“O samba é isso, o samba é alegria, o samba não tem um padrão de corpo, porque a mulher, para ela ser passista, ela tem que ter um padrão X de corpo? Ela tem que sambar”, disse Ana Carolina Vilela, coordenadora das passistas plus size.


E a ala plus size não é uma exclusividade de São Paulo.


“Eu comecei a desfilar com 5 anos. O samba veio. Não tem ‘assim eu aprendi a sambar’, eu acho que já veio comigo mesmo”, relembra a cabeleireira Monique da Luz, de Florianópolis.



É uma história de paixão pelo carnaval. Imagine desfilar durante 27 anos, passar pela ala das crianças, das passistas e chegar a destaque para depois de tudo isso simplesmente abandonar a fantasia.


Era o carnaval de 2011 e Monique desfilava num carro alegórico.


“De repente, lá no camarote, lá veio uma mulher e falou assim: ‘Sai daí sua gorda, tu vai quebrar o carro’. Aí, àquela hora ali, eu parei”, contou Monique.


Foram oito anos se escondendo nos bastidores até criar coragem e descobrir um jeito de entrar em cena de novo.


“Aí eu tive a ideia de montar uma ala de passistas gordinhas. E quem vier para nossa ala plus size sabe que ali tem estrias, ali tem celulite, tem pneu, ali tem tudo e pronto”, brinca Monique.


“A gente tem que estar onde a gente quer, só que a gente tem que se sentir bem para isso. E aqui eu me sinto bem, superbem, maravilhosamente bem”, disse a doméstica Jéssica Regina Matos.

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