Grupo 'Vai Ter Gorda' participa de clipe contra a gordofobia na BA: 'Podemos estar em diversos lugares e contextos'

“Queremos dizer que assim como a mulher magra está no funk, e ela é uma mulher desejada, a mulher gorda também pode estar no funk. A música coloca a mulher gorda como protagonista. Levamos as mulheres para esse videoclipe para dizer que nós, mulheres gordas, podemos estar em diversos lugares e contextos", afirmou Adriana.Movimento "Vai Ter Gorda na Praia" começou, em janeiro de 2016.  — Foto: Arquivo Pessoal

Além dos atos nas ruas e praias de Salvador, a militância do grupo 'Vai Ter Gorda' poderá ser visto também em um clipe "Quero Só Plus Size', gravado na capital baiana, e que será lançado nas plataformas digitais a partir das 16h desta quarta-feira (3).


A ideia do material é valorizar as mulheres que são historicamente vítimas de preconceito. Com a batida forte do funk, o clipe passeia por alguns pontos turísticos da capital baiana, como o Farol da Barra, até chegar à noite da cidade, marcada também pelas influências do ritmo carioca.


Durante os dois minutos de duração, o clipe revela a alegria, o empoderamento, além da sensualidade da mulher gorda, historicamente marginalizada e vítima de preconceitos sociais diários. Já na balada, as meninas dominam a pista, se despindo de qualquer tipo de preconceito.

Questionada sobre algumas produções contemporâneas, que marginalizam, além de estereotipar as mulheres, Adriana afirmou estar feliz com a participação.



“A gente ficou muito feliz. A letra da música não deprecia a mulher, pelo contrário", conta.

Produzido pela 'DG3', produtora carioca, o clipe foi gravado entre os dias 23 e 24 de março deste ano, depois de vários contatos da gravadora com a equipe.

"Nós conhecemos o grupo através das matérias do G1 Bahia. A gente acompanha muita coisa online. Vimos no site um ato que elas fizeram no ano passado em Salvador, daí fomos acompanhando. Quando vi que elas fizeram vários atos, eu escrevi a música , entramos em contato e lançamos", afirmou David Gomes, um dos produtores e cantor da música.


Vai Ter Gorda

Vai  ter gorda — Foto: Arquivo Pessoal

O movimento surgiu em 2016, coordenado por Adriana do Santos, com o intuito de combater a gordofobia e incentivar a valorização das mulheres gordas. O último ato ocorreu em março, junto com a gravação do clipe.


Desde então, o histórico de luta do grupo se baseia em ações de reivindicações de políticas públicas para tirar as mulheres gordas de uma exclusão do mercado de trabalho, além de abraçar outras demandas dos direitos humanos.Segundo Adriana, o resultado é positivo.


"Tem sido muito boa recepção das pessoas. No início, elas têm um impacto [ao ver] várias gordas na praia, mas nunca foi proibido o trabalho de mostrar a face do preconceito [para tirar] da mente das pessoas", disse.

Ainda de acordo com Adriana, a ação também é para chamar atenção para o direito das mulheres gordas ocuparem espaços públicos, sem sofrer discriminação.


"A gente precisa romper essas barreiras do preconceito, da discriminação e dizer um não à gordofobia", concluiu.

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